quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Sexta-feira é feriado no Estado do Acre devido ao Dia do Evangélico

      Na próxima sexta-feira (23) é feriado no Acre em comemoração ao Dia do Evangélico. O Dia do Evangélico foi criado em 2004, através de um projeto de lei do deputado Helder Paiva (PEN), aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) e sancionado pelo então governador Jorge Viana.
 
De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) de 2010, Rio Branco é a capital com mais evangélicos no país. Com 39% da população sendo evangélica, o Acre possui 239.589 mil protestantes em todo o estado.

O dado faz parte de uma tendência religiosa que ocorre no Brasil, onde há duas décadas o número de católicos vem caindo e o de evangélicos crescendo, sendo a religião escolhida por 22% dos brasileiros.

FONTE: ac24horas

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Capital do Acre é a 7ª capital mais cara do Brasil, diz Ong

A capital do Acre está entre as dez mais caras do Brasil, segundo ranking organizado pela Ong Custo de Vida, que agrega informações sobre os preços praticados em produtos e serviços nas cidades brasileiras.

No ranking que envolve todos os municípios – e não só as capitais – Rio Branco vai ao 19º lugar, posição bem menos desconfortável que o das sedes da Federação.

O primeiro lugar, considerada a capital mais cara é de São Paulo e em último fica por João Pessoa, a cidade mais barata do Brasil.

Há várias desculpas para alto custo de Rio Branco. O principal é a logística. Transportar mercadorias dos centros produtores é um processo complexo e caro. Outra desculpa vem sendo largamente utilizada nos bares do Novo Mercado Velho. É que ali “é um ponto turístico” e, por isso, uma garrafa de cerveja de 600 ml custa R$ 9,00.

Os serviços, apesar de não necessitarem de logística específica, também encarecem a vida em Rio Branco.

Os aluguéis não são baratos, tampouco a tabela de diaristas. Nos condomínios, os aluguéis mínimos estão na faixa dos R$ 750.

FONTE: ac24horas

Medicina é o curso com maior nota de corte na Ufac em 2015

            
                  Na Universidade Federal do Acre (Ufac), o curso mais disputado, por enquanto, é o de Medicina, com 6.166 inscritos e 740,94 como nota mínima para ingresso pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), segundo divulgou o Ministério da Educação (MEC).

As notas de corte mostram o mínimo necessário para que o candidato tenha acesso a cada curso. Além de Medicina, encabeçam a lista de graduações com maiores notas de corte: Direito (684,92); Engenharia Civil (682,03); Medicina Veterinária (621,21) e Sistemas de Informação (606,93).

 As notas são para a modalidade de ampla concorrência e servem como um termômetro para os estudantes que podem mudar a inscrição quantas vezes quiserem até o prazo final. Neste momento, a dica é monitorar o sistema para conferir a nota de corte para o curso e a instituição desejada.

O sistema vai considerar como válida a última inscrição efetuada pelo candidato.
O Sisu é um sistema informatizado, através do qual instituições públicas de ensino superior selecionam candidatos com base na nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Este ano, 128 universidades participam do processo, ofertando mais de 205 mil vagas em todo o país. Na Ufac, estão disponíveis 1.670 vagas,

distribuídas em 35 cursos. Para consultar a nota de corte, o candidato deve ir à seção “Pesquisar Vagas” no site do Sisu e clicar na opção desejada. Até às 17h de hoje a Ufac contabilizava a inscrição de 25.725 candidatos.

As inscrições no Sisu começaram ontem, 19, e vão até esta quinta-feira, 22, no site sisu.mec.gov.br. A próxima atualização das notas de corte será às 2h desta quarta-feira, 21, horário de Brasília.

FONTE: ac24horas

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

JORDÃO: Prefeito Elson Farias vai a Rio Branco e garante reparos para a pista do Aeroporto Municipal Santos Dumont

Prefeito Elson com a governadora Nazaré
O prefeito Elson Farias retorna hoje ao município de Jordão, após viagem à capital acriana, onde esteve no gabinete do governador, na Casa Rosada. A pauta do encontro foi a recuperação da pista de pouso do Aeroporto Municipal Santos Dumont.

A governadora em exercício, Nazaré Araújo, sinalizou positivamente para a solicitação do prefeito e se comprometeu a autorizar os reparos o mais breve possível. O governo municipal estará elaborando nos próximos dias, o orçamento constando necessidades e gastos para os reparos na pista.

A ação tem caráter de precaução. Quem sai beneficiado é a população, uma vez que terá maior segurança quando for utilizar a pista para pousos e decolagens.
“O objetivo é garantir ainda mais segurança àquelas pessoas que usam o transporte aéreo. Jordão é um município de difícil acesso e por isso devemos priorizar ao máximo a qualidade de nossa pista, já que torna-se a única alternativa para viagens emergenciais”, destacou o prefeito.

Ainda em Rio Branco o prefeito se reuniu com a Conselheira Naluh Gouveia, presidente do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC), com o objetivo de aproximar a prefeitura do órgão. A pauta do encontro foi a busca de medidas para adequação à Lei de Responsabilidades Fiscal, que visa preservar a situação fiscal dos entes federativos, de acordo com seus balanços anuais, com o objetivo de garantir a saúde financeira do município.
 
FONTE: blog do accyoli

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Rio Branco é a capital que mais trata esgoto na região Norte

               

Só a ETE São Francisco é capaz de tratar 120 litros de esgotamento por segundo, atendendo mais de 65 mil pessoas (Foto: Sérgio Vale /Secom)
Só a ETE São Francisco é capaz de tratar 120 litros de esgotamento por segundo, atendendo mais de 65 mil pessoas (Foto: Sérgio Vale /Secom)

O Departamento de Pavimentação, Água e Esgoto (Depasa), divulgou nesta terça-feira, 13, que a cidade de Rio Branco tem hoje o melhor índice de saneamento básico da região Norte entre capitais, com aproximadamente 50% de esgoto doméstico tratado e 70% de oferta de tratamento. Os dados são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

A informação foi dada durante coletiva de imprensa, que contou com a participação da governadora em exercício Nazaré Araújo, do diretor-presidente do Depasa, Edvaldo Magalhães e do prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do São Francisco.

Com quatro estações de tratamento de esgoto convencionais e aproximadamente 50 estações compactas existentes só em Rio Branco, o governo do Estado quer chegar em 2018 com 90% dos efluentes domésticos produzidos na capital tratados. “A gente vê um sistema com uma capacidade operacional maior do que funciona hoje. Há um compromisso do governo em saber que cada um real investido em saneamento, você evita 4 reais no sistema de saúde”, conta Nazaré Araújo.

A maior Estação de Tratamento de Esgoto do Acre, a ETE São Francisco, foi inaugurada em 2009, com capacidade de tratar até 120 litros de esgoto por segundo. Sua operação garante tratamento de parte dos resíduos líquidos despejados no Igarapé do Canal da Maternidade, que corta aproximadamente 20 bairros, onde vivem cerca de 65 mil pessoas. Magalhães, explica que: “Essa estação tem cinco anos, mas ainda é esta a tecnologia de ponta no tratamento de esgoto, agora precisamos alcançar a cidade inteira e levar esse trabalho em menor escala para os municípios”.
Para se ter uma ideia, os resíduos líquidos quando chegam na ETE possuem uma DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) na ordem de  94 mg/l.

Depois do tratamento esse número chega a menos de 2,5 mg/l, uma redução de 94%. O número é bem acima do recomendado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que exige um mínimo de 60% de redução de DBO. Até mesmo peixes podem ser encontrados nos tanques da última etapa do tratamento.

O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, também se orgulha dos resultados. “A gente tem que parabenizar o governo do Estado porque o índice de eficiente da ETE São Francisco passa dos 90%, um dos maiores do país”, disse o prefeito.

Fonte: http://www.agencia.ac.gov.br/noticias/acre/rio-branco-e-a-capital-que-mais-trata-esgoto-na-regiao-norte

Perpétua Almeida lança revista com prestação de contas do mandato de 12 anos em Brasília

      Perpétua Almeida
 
A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) lança nesta quinta-feira (15), em Rio Branco, a Revista “Deputada federal pelo Acre 2003-2015. Bandeiras, batalhas e conquistas”. O evento será uma prestação de contas dos três mandatos como deputada federal na defesa das causas do Acre e dos acreanos.

“Esta revista foi a maneira que encontrei de prestar contas dos três mandatos de deputada federal que o povo me confiou. Foram 12 anos de lutas, trabalho e parceria nos quais procurei elevar e honrar o nome do Acre. Tratei os nossos mandatos em Brasília com toda a seriedade, coerência e transparência. Só Deus sabe o quanto me esforcei”, diz a parlamentar, que deixa a Câmara dos Deputados este ano, após concorrer as eleições para o Senado.

E anuncia que “a minha luta ao lado do povo não acaba aqui. Porque você sabe que onde houver uma demanda justa, uma busca pelo coletivo, estaremos lá, juntos pelo povo, pelo Acre e pelo Brasil. Mas por enquanto, eu preciso dar um tempo, descansar, dar mais atenção aos meus filhos e ao meu marido”.
Perpétua é a única parlamentar acreana, nas últimas legislaturas, que conseguiu aprovar dois projetos do povo da floresta na Câmara dos Deputados. Segundo a parlamentar, “é gratificante olhar para trás e ver que deixamos um caminho pavimentado por ações que podem servir de inspiração para os que nos sucedem”, citando as muitas lutas enfrentadas na Câmara, como a vitória na luta pelas espingardas para o homem da floresta durante a votação do Estatuto do Desarmamento. E ficou conhecida no meio rural como “Mulher das Espingardas.

“Outras conquistas vieram, como o abono de R$ 25 mil para os Soldados da Borracha (pagamento incluído no Orçamento de 2015), a luta por moradias para o produtor rural no programa Minha Casa, Minha Vida, a batalha para conseguir equipamentos agrícolas, o fim das multas ambientais para pequenos produtores, o incentivo aos esportes, a guerra contra a pedofilia, o esforço pela recuperação de dependentes químicos, ações de proteção às famílias acreanas”, cita Perpétua Almeida.

Caminho pavimentado
Em 2012, Perpétua foi a única mulher eleita para assumir a presidência de uma Comissão na Câmara dos Deputados. Em 76 anos, foi a terceira mulher a presidir a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Anteriormente a ela, ocuparam o cargo as deputadas Zulaiê Cobra (PSDB-SP) e Márcia Kubitischek (PMDB-DF), filha de Juscelino Kubitisheck. Durante sua gestão, recebeu embaixadores, delegações estrangeiras e ministros de outros países. Realizou dois seminários, que reuniu mais de 1200 pessoas entre deputados, militares, especialistas na área e estudantes.

Durante sua gestão na Comissão, realizou também 15 audiências públicas para tratar de temas relacionados ao Acre, como proteção das fronteiras, estudantes na Bolívia, e ao Brasil, reconstrução da Estação na Antártica, discussão sobre o posicionamento da diplomacia brasileira diante de fatos sociais e político-econômicos internacionais, os projetos estratégicos das Forças Armadas e o Estatuto do Estrangeiro. Perpétua Almeida promoveu, ainda, debates sobre assuntos relacionados a relação do Brasil com outros países e os acordos internacionais.

Na avaliação da deputada, “além do trabalho, o que vale a pena é ter encontrado gente que acredita na possibilidade de fazer política limpa, séria e tem coragem para lutar por um mundo melhor.”

Serviço:
Lançamento da revista “Perpétua – Deputada Federal pelo Acre 2003-2015. Bandeiras, batalhas e conquistas”.
Dia: 15/1 (Quinta-feira)
Horário: 18 horas
Local: Casarão – Rio Branco (AC)


FONTE: ac24horas

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Moisés Diniz tem a missão de erradicar o analfabetismo no Acre. " 70 mil acreanos não sabem ler".



O deputado estadual Moisés Diniz ( PCdoB), nomeado pelo governador Tião Viana ( PT), para ser secretário adjunto da secretaria de Educação, também ganhou do governador uma enorme missão: extirpar o analfabetismo do Estado. A exemplo do que fez o ex-governador Nabor Júnior ( 1986) nomeando a então professora e ex-deputada federal, Adelaide Neri, para o DESU ( departamento estadual de ensino do supletivo) ligado a secretaria de Educação e Cultura, na época ( atual Secretaria de Educação e Esporte). O supletivo é o que hoje conhecemos por EJA ( Educação de Jovens e Adultos). Adelaide tinha a missão de capicitar professores para alfabetizar centenas de acreanos. Até a década de 90 metade da população do Estado eram analfabetos e a maioria dos docentes tinham apenas o ginásio ( ensino fundamental- a maioria incompletos). 

Na atualidade a maioria dos professores possuem cursos superiores, outros, estão se formando em pedagogia pela UFAC via Parfor ( programa de formação de professores do governo federal em parcerias com os municípios). Mas ainda temos setenta mil habitantes analfabetos no Acre. Moises Diniz que se despede da Aleac, no dia 02 de fevereiro de 2015, após 16 anos na qualidade de deputado estadual, terá que encontrar essas pessoas " que vivem nas escuridões das letras" e convencê-los a estudarem. 

O trabalho será árduo. Consiste em pecorrer Rios, Riachos, visitar mais de 200 aldeias indígenas , os mais distantes residentes dos estreitos igarapés. No entanto, merece o apoio de cada um acreano que conhece e tem consciência da importância de aprendermos a ler e escrever. 


O Acre já foi destaque nacional com o programa educional Asas da Floresta, no governo de Binho Marques ( PT), de 2007 a 2010. E espero que venha ser novamente com a erradicação do analfabetismo.

E por que Tião Viana escolheu Diniz para esta missão? Leia o perfil logo abaixo e compreenderá.

Moises Diniz Lima é formado em pedagogia pela UFAC, professor da rede pública estadual, foi seminarista e irmão marista, vereador e vice-prefeito de Tarauacá, deputado estadual por 16 anos, escritor e membro da Acadêmia Acrena de Letras. Também é presidente estadual do PCdoB. Na eleição de 2014 concorreu a Câmara Federal ficando na primeira suplência da coligação da FPA. 

Além de encarar, esse novo desafio de erradicar o analfabetismo no Acre, estar cursando doutorado na área de educação. 

Moisés foi escolhido não apenas pelo perfil político, mas por ser a Educação sua principal bandeira de luta.
 
FONTE: Tarauacá Agora 

 

TARAUACÁ: DIRETOR DO DEPASA VISITA MUNICÍPIO E GARANTE RESOLVER O MAIS BREVE POSSÍVEL O PROBLEMA DE ÁGUA NO BAIRRO DE COPACABANA

Novo Diretor do Depasa Edvaldo Magalhães
Para resolver qualquer situação é essencial o diálogo, para isso, o gestor precisa estar perto do povo, assim como tem feito o governador Tião Viana.

Seguindo essa premissa, neste fim de semana, o diretor-presidente do Depasa, Edvaldo Magalhães, já foi checar a situação na rua Avelino Leal, em Tarauacá, que sofre um desmoronamento.

Depois da conversa com moradores a equipe já iniciou a tomada de decisões para a solução. Ele afirma também que em breve a água do bairro da Copacabana será 100% resolvido.
FONTE: blog do Accioly

MOISÉS DINIZ ESCREVE: "O QUINTO MANDAMENTO"



Nesses meus desassombrados cinquenta anos, já assisti dezenas de ataques terroristas, letais, dolorosos, inexplicáveis, humanamente doentes, pavorosos. Da mesma forma como já assisti dezenas de ataques militares que destroçaram cidades, mesquitas, escolas, hospitais, mataram mulheres grávidas, idosos e crianças, letais, dolorosos, inexplicáveis, humanamente doentes, pavorosos.

E a cada ataque militar, a cada lamento de crianças dilaceradas ou de seus pais, com angústia de fazer chorar, eu lia artigos luxuosos de intelectuais doentes, tentando explicar o ataque, encontrar um jeitinho sem-vergonha de legitimar a morte que se espalhava sob os estilhaços dos fuzis dos marines criminosos ou de drones mortais.

Havia um pântano intelectual aonde esses lobos das letras devoravam suas ovelhas africanas, palestinas ou islâmicas. Eles se assumiam como intelectuais conservadores, outros, de direita, opostos a um mundo que trouxesse algum sobrenome que falasse de islamismo, de terceiro mundo, de nacionalismo, de socialismo ou de movimentos de guerrilha (uma espécie de guerra permitida aos mais fracos) ou de qualquer resistência dos povos oprimidos, colonizados, escravizados, famintos e doentes.

Quem lia aqueles artigos doentes, apodrecidos, dementes, se exasperava, mas, sabia que era ‘normal’ aqueles textos de esgoto, pois vinham de gente que conseguia encontrar argumentos até para o holocausto nazista ou para as ditaduras militares e suas carnificinas. Arrancar Saddam Hussein de um buraco, como um rato, e depois enforcá-lo, no YouTube, provocou glamour nas altas rodas sociais, até naqueles que, no seu país, são contra a pena de morte.

Agora, nós estamos mais incomodados, mais desconfiados, mais tristes. É que os artigos que eu estou lendo pertencem a intelectuais que, até outro dia, viam na vida humana o bem maior do universo. E a sua argumentação era forte porque suas letras nasciam do ventre da esperança humana e de suas dores profundas. Eram intelectuais de esquerda, protegiam nossa gente perdida e seviciada pelos quatro cantos do planeta, com sua escrita poderosa, iluminada e humanista.

E por que estão a escrever sobre o assassinato de jornalistas do Charlie Hebdo de um jeito novo, perverso, como faziam seus adversários intelectuais, construindo argumentos para explicar o crime? O que angustia é que são muitos e muito respeitáveis. Apresentarei, aqui, apenas os mais perspicazes.

O ex-padre Leonardo Boff escreve o artigo ‘Je ne suis pas Charlie: Eu não sou Charlie’ (https://leonardoboff.wordpress.com/2015/01/10/eu-nao-sou-charlie-je-ne-suis-pas-charlie/), em indisfarçável contraposição ao movimento ‘Je Suis Charlie: Eu sou Charlie’.

Leia e constate, a base do artigo é encontrar uma explicação para o que aconteceu. A sua profunda teologia, apesar de amorosa, sem querer, visita os cemitérios e leva o leitor comum a duvidar de que a vida humana é suprema em qualquer situação. Talvez, porque o nobre escriba tenha vivido muito tempo explicando a morte de Abel, o afogamento de quase toda a raça humana no dilúvio ou as terríveis pestes egípcias, que incluíram até a morte de uma criança inocente, o filho do faraó, apesar de padres e pastores atuais sempre entenderem de outro jeito.

O artigo do ilustre Leonardo Boff ficou meio que com cheiro de incenso. Na verdade, amigo doutor da lei, me desculpe a comparação. Mas, ficou meio esquisito, como aquela tese vilã, de que a mulher que usa minissaia está pedindo para ser estuprada. Eu fico pensando como o senhor vai abordar, a partir desse artigo, a questão do aborto, porque há mulheres que matam seus fetos e usam argumentos assemelhados. No prisma da ofensa, o que é mais grave? Uma charge que ofende Muhammad ou um estupro? Os dois podem legitimar a morte?

Os artigos brotam como lagartas velhas vestidas de anjos novos. José Antônio Lima, escrevendo o editorial da prestigiada revista Carta Capital (http://www.cartacapital.com.br/internacional/charlie-hebdo-a-culpa-da-arabia-saudita-3209.html), vai logo proclamando: ‘Charlie Hebdo: a culpa (é) da Arábia Saudita’, introduzindo o petróleo e a geopolítica nas causas dos assassinatos, talvez, o assunto que já tenha mais produzido teses de doutorado no planeta.

E eu, um pobre leitor do norte do Brasil, pensava que esses intelectuais soubessem que o petróleo já produziu mais mortes do que dois milhões de dilúvios (levando-se em conta a população do tempo de Noé), cevou ditadores com base no soldo dos países ricos e importadores de óleo cru (como EUA e Europa) e depois os descartou e os exterminou como ratos, enforcando Saddam Hussein e executando Muammar Gaddafi e alimentou o ódio que produz os terroristas de todo tipo e suas vestes de dinamite.

Só não acreditava que esses intelectuais, com a sua história e o seu conteúdo, escreveriam tantas teses para explicar os assassinatos, ao tempo hábil de depositar suas laudas nos caixões ainda abertos dos jornalistas do Charlie Hebdo. Que compreenderiam que qualquer intelectual, qualquer homo erectus deveria condenar com veemência (sem mas ou todavia) esse ataque terrorista e, com mais rigor, olhar para o alvo central dos disparos letais: a liberdade de expressão, mesmo que seja do tipo mais hostil.

A fila é longa, conceituada e ilustre, mas, eu vou encerrar com aquele que construiu o mais engenhoso dos argumentos, talvez, o que traz mais novidade sobre o atentado, que ele chama de meta-terrorismo: Wilson Roberto Vieira Ferreira, que escreveu, no Portal Fórum: ‘O atentado ao Charlie Hebdo foi um filme mal produzido? (http://www.revistaforum.com.br/cinegnose/2015/01/09/o-atentado-ao-charlie-hebdo-foi-um-filme-mal-produzido/).

A base do artigo é a conspiração, altamente padronizada e eficiente, aonde o poder dos grandes capitalistas ocidentais e de seus governos organizam o atentado, com o fim último, a grosso modo, de ressuscitar o desgastado François Hollande, oxigenar eleitoralmente a extrema-direita de Marine Le-Pen e até abrir as portas, como ocorreu com o 11 de setembro em relação ao Iraque e ao Afeganistão, para que os EUA possam bombardear e controlar militarmente o Iêmen, aonde se situa o estreito de Bab el-Mandeb, um dos sete pontos que os norte-americanos consideram gargalos para o transporte de petróleo.

Sobrou até para a imprensa brasileira que, segundo esse engenhoso argumento, estaria utilizando o atentado ao Charlie Hebdo para desconstruir a tentativa de regulação da mídia. Eu fico pensando (Deus me livre desses meus pensamentos), se esse intelectual estivesse, naquela hora fatídica do atentado, escrevendo o seu artigo na sede do Charlie Hebdo.

Como se vê, o problema não está na argumentação, porque, se quiséssemos, publicaríamos mais uma centena de artigos e argumentos não faltariam, essencialmente, para a morte do humanismo que nos alimentou nesses anos. E ele não foi ingênuo, foi radical, porque era a alma gêmea de nossas letras revolucionárias, a fonte da juventude de nossas utopias, a espiritualidade que protegia nossos versos indóceis e até, muitas vezes, próximos da letalidade.

Agora, com a tentativa de explicar a morte, de transformar em gelo o sangue dos jornalistas franceses (ásperos, irreverentes, teimosos), nós vamos ter dificuldade de ser diferente, de continuar entendendo a engrenagem da morte imperialista, mas, capazes de nunca abraçar, nem com as letras, a irracionalidade dessa gente infame do EI, do Exército islâmico e de seus iguais.

O que esses intelectuais disseram quando tentaram assassinar o Papa João Paulo II? E, se um maldito atentado terrorista atingisse a casa de descanso de Fidel Castro ou o palácio indígena de Evo Morales? Qual seria o argumento se, lamentável e perversamente, um atentado terrorista atingisse um de seus familiares? Apelação argumentativa? Acho que não, apenas uma indelével nódoa boa, que grudou em mim, do tempo em que defender a vida era a marca do nosso humanismo.

Contra o terror não tem conversa, não tem tese de doutorado e nem poesia. Venha de onde vier, tenha a causa que tiver, deve ser combatido com a energia inconfundível das liberdades civis e da força do Estado de direito, seja de esquerda, seja de direita, e levantar as multidões.
 
FONTE: blog do Accioly
Por Moisés Diniz
Membro da Academia Acreana de Letras
Autor do livro O Santo de Deus.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Eurico Paz

Quero aqui tornar público meu pedido de desligamento do Partido Comunista do Brasil – PCdoB, diretório de Tarauacá.
Estive no partido por mais de uma década como militante do movimento da educação. Tentei cumprir seu estatuto e suas decisões coletivas. Acho que dei minha contribuição para o crescimento do partido e a eleição de vários camaradas em diversos cargos públicos. 
Desde o início dessa atual administração em que o partido faz parte, eu já vinha percebendo umas movimentações estranhas e muita inquietação de alguns dirigentes em relação a minha pessoa e ao meu posicionamento em defesa da minha categoria. Não foram poucas as reuniões em que dirigentes do partido queriam “me enquadrar” por conta disso. Dirigentes importantes querendo “dar carão” no presidente do Sinteac. Eu nunca aceitei esse tipo de coisa. 
Foi no PCdoB que aprendi a lutar em defesa dos direitos das pessoas mais humildes. Mas, os olhares e as prioridades do partido e dos camaradas eram somente para administração municipal e o restante teria que “compreender” isso por bem ou por mal. Tentei resistir e fazer com que os principais dirigentes entendessem que a luta dos trabalhadores em suas organizações populares deveria ser livre e independente do poder. Foi assim que aprendi. 
Tudo em vão. As pressões só aumentaram e passei muitas noites em claro refletindo sobre que decisão deveria tomar. 
Fazer um sindicalismo pelego atrelado ao poder ou exercer o que eu havia aprendido nas lutas e embates do partido, que é a resistência dos trabalhadores. 
Hoje, decidi seguir meu caminho e exercer minha função de Presidente da maior entidade sindical de Tarauacá que é o SINTEAC. Os trabalhadores me elegeram para fazer a sua defesa e não confabular com os poderosos e vender a honra de uma categoria tão sofrida.
Essa decisão não está sendo fácil. 
Esse último episódio envolvendo o sindicato e a prefeitura, por conta de não aceitarmos que o prefeito pudesse impor uma lei sem debater o seu conteúdo com os representantes dos trabalhadores, só revelou uma realidade que já se desenhava há muito tempo. Eu estava sozinho nessa luta. 
Mesmo depois de vários ataques que sofri da turma da prefeitura, nenhum dirigente do PCdoB se manifestou em minha defesa. Aliás, me telefonaram somente para me “esculhambar” por conta de minha postura em mobilizar os trabalhadores para resistirem contra esse “golpe” do prefeito. Ainda bem que alguns vereadores barraram a lei na câmara. 
Tenho informações que vão tentar aprovar de qualquer jeito. Só deixo um aviso. Não brinquem com os trabalhadores em educação. Temos histórias de lutas e resistências nesse município.  Não somos massa de manobra. Se forem votar a lei nós vamos nos mobilizar e parar essa cidade. Insistam com essa imoralidade e verão.
Devido esses últimos acontecimentos, minha situação no partido ficou insustentável. Saio com a consciência do dever de um militante comunista cumprido. Mas, não quero atrapalhar o projeto do partido e de seus membros dentro dessa administração. Agora ninguém da turma do prefeito vai mais pressionar os comunistas da prefeitura por conta da “postura do Eurico”.
Por fim, vou continuar a frente do SINTEAC, me preparar para as perseguições e retaliações à minha pessoa, minha família e “tocar o barco”.
Deixo muitos amigos e amigas no partido, mas é hora de me despedir.
Tarauacá-Acre, 30 de dezembro de 2014.

José Eurico de Lima Paz.
Quero aqui tornar público meu pedido de desligamento do Partido Comunista do Brasil – PCdoB, diretório de Tarauacá.
Estive no partido por mais de uma década com...
o militante do movimento da educação. Tentei cumprir seu estatuto e suas decisões coletivas. Acho que dei minha contribuição para o crescimento do partido e a eleição de vários camaradas em diversos cargos públicos. 

 Desde o início dessa atual administração em que o partido faz parte, eu já vinha percebendo umas movimentações estranhas e muita inquietação de alguns dirigentes em relação a minha pessoa e ao meu posicionamento em defesa da minha categoria. Não foram poucas as reuniões em que dirigentes do partido queriam “me enquadrar” por conta disso. Dirigentes importantes querendo “dar carão” no presidente do Sinteac.


 Eu nunca aceitei esse tipo de coisa.
Foi no PCdoB que aprendi a lutar em defesa dos direitos das pessoas mais humildes. Mas, os olhares e as prioridades do partido e dos camaradas eram somente para administração municipal e o restante teria que “compreender” isso por bem ou por mal.


Tentei resistir e fazer com que os principais dirigentes entendessem que a luta dos trabalhadores em suas organizações populares deveria ser livre e independente do poder. Foi assim que aprendi. 

 Tudo em vão. As pressões só aumentaram e passei muitas noites em claro refletindo sobre que decisão deveria tomar.
Fazer um sindicalismo pelego atrelado ao poder ou exercer o que eu havia aprendido nas lutas e embates do partido, que é a resistência dos trabalhadores. 


 Hoje, decidi seguir meu caminho e exercer minha função de Presidente da maior entidade sindical de Tarauacá que é o SINTEAC. Os trabalhadores me elegeram para fazer a sua defesa e não confabular com os poderosos e vender a honra de uma categoria tão sofrida.


 Essa decisão não está sendo fácil.
Esse último episódio envolvendo o sindicato e a prefeitura, por conta de não aceitarmos que o prefeito pudesse impor uma lei sem debater o seu conteúdo com os representantes dos trabalhadores, só revelou uma realidade que já se desenhava há muito tempo. Eu estava sozinho nessa luta. 


 Mesmo depois de vários ataques que sofri da turma da prefeitura, nenhum dirigente do PCdoB se manifestou em minha defesa. Aliás, me telefonaram somente para me “esculhambar” por conta de minha postura em mobilizar os trabalhadores para resistirem contra esse “golpe” do prefeito.


 Ainda bem que alguns vereadores barraram a lei na âmara.
Tenho informações que vão tentar aprovar de qualquer jeito. Só deixo um aviso. Não brinquem com os trabalhadores em educação. Temos histórias de lutas e resistências nesse município. Não somos massa de manobra. Se forem votar a lei nós vamos nos mobilizar e parar essa cidade. Insistam com essa imoralidade e verão.


 Devido esses últimos acontecimentos, minha situação no partido ficou insustentável. Saio com a consciência do dever de um militante comunista cumprido. Mas, não quero atrapalhar o projeto do partido e de seus membros dentro dessa administração. Agora ninguém da turma do prefeito vai mais pressionar os comunistas da prefeitura por conta da “postura do Eurico”.


Por fim, vou continuar a frente do SINTEAC, me preparar para as perseguições e retaliações à minha pessoa, minha família e “tocar o barco”.
Deixo muitos amigos e amigas no partido, mas é hora de me despedir.
Tarauacá-Acre, 30 de dezembro de 2014.


FONTE: FACEBOOK

José Eurico de Lima Paz.